quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Quadro Incompleto




De volta a Sala Vaga, vagando lá vai o poeta

Entra calmo, assustado, eu uma pressa sutil

Sem saber o que encontrar nessas paredes

Que contem um santuário de pecados e idéias

Idéias inacabadas, incompletas, deformadas

Formadas pelo caos de uma mente limitada, sem

Limites para o imaginar na cega busca do realizar


Ao entrar, me deparo com uma bela monstruosa

E inocente visão: “Querida quimera do meu coração

Quem melhor para guardar meu profundo vazio que

Três cabeças com as mentes limitadas iguais a minha

Capacidade em três de desespero, medo e ansiedade

Este é o fiel Guardião das infiéis lembranças brancas

Brandas, que lentamente respiram, enfim, sobrevivem


Calma! Só vim buscar aquilo que não anseio em achar

A rosa com suas pétalas, se não me engano agora são...

Não sei. Nunca soube, por exato, daquilo que, de fato,

Possui as desgraçadas das mais queridas horas do meu

Amor por amar, memória essa que fujo, mas sempre a

Encontro, em um conto, um poema, um choro, um rosto

Para mais uma vez te redescobrir: minha quase obra de arte


Pode ser que dure mil ou nenhuma pétalas, mas enquanto erro acerto e filosofo

Buscarei sempre te roubar de mim, ó quadro, até o fim para que, enfim, eu me cale...

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