segunda-feira, 10 de maio de 2010

Cap. 1

É um dia ensolarado, ou seja, um dia bonito, alegre, e abençoado. A Mente T.O.T. (nome do reino) havia muito tempo ou pouco _contagens exatas de tempo não importam_ que não havia um dia tão agradável de acordar, olhar para o céu e agradecer ao Rei por um dia tão bom.

Parece exagero da minha parte, mas toda essa beleza rara e incomum de aparecer está ocorrendo devido à chegada de um visitante, melhor dizendo, uma visitante. Sim, a Mente T.O.T. que não é de receber “visitantas” há muito ou pouco tempo, se mostra cortês a começar pela paisagem e pela natureza que se encontra até mais leve.

Mesmo sabendo o motivo de tamanho regozijo, infelizmente não é possível descrever como é essa jovem, pelo menos não esteticamente. Não é por falta de tentativa, acreditem, mas é como se para vir-la eu fosse cego ou como vocês quiserem entender isso. Mas não há necessidade de se saber como ela é para saber quem é ela, e quando eu digo quem, me refiro ao que ela faz.

Vamos fazer um teste de análise: é uma jovem que parece não saber aonde ela vai, mesmo que param mim, todo o reino fosse como sua casa natal; podemos ver também seu cuidado para todo lugar que ela anda e desanda; também se pode notar não um medo, mas uma insegurança sobre o que ela encontrará nessa terra desconhecida que sabe lá Rei como ela foi parar ali; mas a característica mais fácil de perceber é a sua solidão, não há ninguém se aproximando ou que esteja com ela. Pelo menos por enquanto...

Pouco tempo depois, descendo um morro pequeno, duas figuras aparecem, e tenho o prazer de dizer que são pessoas incríveis e não teria escolhido pessoas melhor para que a jovem conhecesse. O primeiro, é o Desengonçado, que desce quase que caindo e cara no chão. O outro é o Sincero, que olha o seu amigo e o solta uma pequena gargalhada (não pode se conter), mas depois o ajudou a terminar de descer o morro.

Ao se aproximarem da jovem (que parece ter gostado de ambos), o Sincero se apresenta primeiro:

_ Confesso que não sei quem és tu, mas posso garantir que desse reino vossa senhoria não pertence.

Enquanto isso, o Desengonçado fica todo indefeso, pois na presença de mulheres, ele fica assim, desengonçado mesmo. Mas conseguiu se apresentar a jovem.

_ Eu, eu, eu... Muito prazer, senhorita, digo senhora, digo jovem, digo... Enfim, é um prazer, prazer, prazer... É muito bom termos visitas por lá, digo acolá digo aqui, digo...

_ Perdoe o meu amigo. Confesso que ele é assim mesmo. Na presença de visitantes, especialmente mulheres.

A jovem, mesmo querendo esconder o riso, ela não conseguiu. Parece que ela gostou dos dois, especialmente do Desengonçado.

_ Confesso que uma pergunta não me sai da cabeça: Quem és tu, afinal de contas? O seu nome?

_ Sincero, isso não é coisa, coisa, coisa... Não é educado sair perguntando isso a uma senhorita, digo senhora, digo jovem, digo... Não sei o que dizer.

_ Confesso que, pelo menos para mim, isso não é novidade.

Porém para infelicidade dos dois, e da jovem também, ela nada disse. A conclusão de ambos foi que ela não podia falar.

_ Então você é surda, digo cega, digo muda, muda?

Ela acenou com a cabeça que sim.

_ Confesso que isso é uma surpresa para mim. O que iremos fazer agora, meu caro amigo?

_ Não podemos deixá-la, deixá-la, deixá-la... Temos que dar um nome para a senhora, digo jovem, jovem.

_ Estás bem certo, nobre amigo. Minha cara jovem, gostaria que tivesses um nome do qual ao conversarmos com sua pessoa, usaríamo-lo para definir quem tu és? Confesso que seria interessante teres um nome.

A jovem, mesmo que de forma meio-tímida, concordou com a idéia. Os dois então se encostaram a um tronco grande de árvore ali perto, chamaram-na para sentar com eles, e puseram-se a pensar em um nome.

_ Sincero, pensar em um nome é muito difícil, difícil, difícil.

_ Confesso que tens razão, Desengonçado, não é uma tarefa fácil.

E pensaram e pensaram. Enquanto isso, a jovem, adorando toda aquela situação, observa-os atenta e interessada, afinal, seu nome está em processo de criação. Depois de algum tempo ou muito tempo, Desengonçado pega um texto no seu bolso e põe-se a ler, enquanto Sincero, tentava por tentar encontrar um nome para ela.

_ Confesso que esse não é meu forte, minha jovem... Afinal, não sou eu aquele que tem o dom de criar! Se ele estivesse aqui, seria muito mais fácil, não concorda caro amigo?

Mas Desengonçado estava compenetrado em sua leitura que nem prestou atenção no que o Sincero havia dito.

_ Não creio que preferes ler esse manuscrito a ouvir minhas indagações! Confesso que estou desapontado com você. Vês agora a quem devo suportar todo dia, minha jovem?

Porém a jovem cada vez mais se divertia com toda aquela situação, enquanto o Desengonçado cada vez mais se concentrava na leitura. Sincero, ao ver que não ia conseguir a atenção do amigo, tenta pegar o texto, quando repara no que seu amigo está lendo.

Foi quase que automático. Assim que ele viu o título, se levantou, tomou o texto e abraçou Desengonçado, que não entendeu nada. A jovem também nada entendera.

_ Confesso que me sinto mal por ter insultado a tua pessoa, nobre parceiro. Esse texto que estavas lendo é a chave para o nosso problema em pauta.

_ Não entendi nada, nada do que você acabou de me contar, contar, Sincero.

_ É simples: essa jovem, pelo menos até sua estadia no reino, será conhecida como Sábia e bela costela. Confesso que é um nome grande, mas tem tudo a ver, não concordas?

Mas a jovem, achando o nome meio grande e meio estranho não concorda com o parecer de Sincero.

_ E quem sabe se colocássemos nela o nome de sábia, digo bela, digo... Costela.

_ Costela? Confesso que é um nome meio estranho, mas não mais que o primeiro que havíamos achado. O que achas desse novo, minha cara?

A jovem pensou e pensou. Costela ainda é estranho, mas não mais que Sábia e Bela Costela. Depois de um tempo, ela abraçou os dois (Desengonçado ficou vermelho de vergonha) aceitando o nome de Costela.

Os três então, felizes por terem descoberto um nome para a jovem, resolvem comemorar, e no reino, isso quer dizer comer maçã ou algum derivado dela. Por sorte, estavam encostados em uma macieira. Cataram algumas maçãs (Sincero que as catou, fazendo um agrado a Costela, e porque o Desengonçado não levava jeito para subir em árvores).

_ Bem vinda à Mente T.O.T., Costela! Confesso que és uma honra para mim ter conhecido sua pessoa, e tenho certeza que o pensamento é recíproco.

_ Concordo. Eu acho que, que, que você será uma boa amiga para mim, digo para ele, digo para nós, para nós.

Costela concordou com ambos. Feliz e alegre por ter encontrado dois grandes amigos nesse reino que nunca havia entrado antes, ou se já entrara, não se lembrava de como era.

Enquanto comiam maçãs e se divertiam, na ponta mais alta da macieira, um olho camuflado em uma maçã observava todos os três, tendo um foco especial em Costela. O olho, que estava os observando desde o início da conversa, desaparece assim que os três começam a comemorar a missão cumprida comendo maçãs. Apesar do fato estranho, nenhum dos três percebeu esse olho os vigiando, nem mesmo suspeitaram, afinal, quem imaginaria que um olho estaria vigiando alguém do topo de uma árvore? Loucura! Parece que sim...




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