quarta-feira, 16 de junho de 2010

Um final sem começo

Sala Vaga

E a menina chega ao final do corredor cansada, eufórica, porém realizada por conseguir chegar à última sala: a sala vaga.

Ao se aproximar da porta, avista um senhor baixo, gordo, com trajes escuros, um chapéu cobrindo o rosto, encostado na porta. A menina se aproxima para poder conversar com o senhor:

_ Senhor, você é o porteiro dessa sala?

_ Dessa sala você diz, bela criança. Ninguém é dono dessa sala! Destarte, ninguém é dono de nada nesse mundo!

_ Está muito enganado, senhor! Existem pessoas que dominam e pessoas que são dominadas, foi o meu professor da escola que me falou isso!

_ Mas você não está mais na escola, está bela criança? Destarte, você nem na Terra está! Mas, porque pensou que eu fosse o porteiro?

_ Porque você está parado aí na porta, ué!? Qualquer um pensaria que você é o porteiro!

_ Pobrezinha, ainda se prende à sua visão como meio de definir as coisas. Destarte, o que é a visão senão uma ilusão do que é real nesse mundo ou em qualquer outro!

Silêncio...

_ Mas respondendo sua pergunta, o porteiro dessa sala não se encontra no momento. Digamos que eu sou o substituto dele. Destarte, o que uma bela criança quer com o porteiro da sala vaga?

_ Bem, senhor substituto, o motivo que me trouxe aqui é de voltar ao meu mundo. Para isso, o dono desse mundo me disse que eu deveria passar pelo caminho que me leva a sala vaga, onde eu conseguiria voltar para casa. Apesar dos perigos, claro!

_ Seu mundo, dono desse reino, sala de perigos? Destarte, você está ficando louca bela criança!

_ Louco é o senhor, isso sim! E você está começando a me deixar assustada. O meu professor falou que só as pessoas más nos assustam, viu?

O senhor, que estava cabisbaixo, levantou seu rosto (fitando a menina), levanta o chapéu, e com um sorriso enorme e bizarro, ele se levanta:

_ Tolos são vocês...

_ Como é?

_Não é maldade assustar ou amedrontar ninguém, pobre menina... Mas é a risada aguda que representa a chegada da loucura que deves temer mais do que a morte. Mais do que a morte... (e desaparece ao som de uma gargalhada sinistra)

A menina não entendendo nada, apenas abriu a porta da sala, e entrou. Nunca mais se ouviu falar da bela Demétria. O que conta, é os sons que se ouviam de fora da sala: risadas e risadas...

Um comentário: